Numa noite dessas,
meu olhar aprendeu
- confesso à fórceps,
que não é que capaz
de deter as horas.
Essas doidivanas que
em minhas primaveras,
insistem em descompassar
a minha espera
por um urro aflito
do telefone.
E ante ao bule
de café adormecido e frio,
sigo a praguejar
um amanhã vazio
ou quiçá,
uma eternidade assim.
Prazo vencido,
as esquinas
se reapresentam
como portadoras
de minhas dores
menos agudas.
E ali permaneço.
Anoiteço.
Esmoreço.
E o recomeço,
é o fingir
não lembrar
do ontem...
e tampouco
de anteontem.
Anderson Julio Lobone
Enviado por Anderson Julio Lobone em 13/08/2020
Alterado em 16/08/2020