Novelo
Como um novelo
a correr pelo tapete,
vi minha alma nua
e cantada em falsete,
se perder no tempo
e orbitar na lua.
Num choro mudo
qual um vazadouro
em noite escura,
guardei sob escudo
folheado a ouro,
a minha ternura.
Até que na tarde
pintada num azul
“papel de maçã”,
chegastes em alarde
trazendo do sul,
um fio de lã.
Tecendo abraços
em pontos precisos
em cada madrugada,
me destes os passos
bordados em risos,
com o fio da meada.
Anderson Julio Lobone
Enviado por Anderson Julio Lobone em 13/08/2020
Alterado em 16/08/2020