Viajante
Vi pegadas.
E uma após outra,
lá estava eu
a seguir tua assinatura
na terra molhada
daquela primavera doce
qual flor de cacau.
No meu espanto
ao ver
a pegada derradeira,
ergui meu olhar
ante a jardineira
de tua janela.
Você,
que ali de posse
de risada cândida,
cantava feliz
por minha alma...
lânguida,
que enfim
ancorava junto à tua.
E sem preço,
sem óbolo ou fatura,
descansei em teus véus
de doçura,
e me perdi nas curvas
que fazem de mim
um eterno viajante.
Anderson Julio Lobone
Enviado por Anderson Julio Lobone em 04/01/2008
Alterado em 06/11/2012