Outra vez
Quando meu olhar se derrama
por sobre o jardim,
é a mais pura denúncia
de que eu,
ao me defender
busco outros horizontes.
Me salve...me salve,
pois ao fugir do viés da solidão
Eu semeio saídas...
Eu permeio feridas...
Eu me jogo no além!
Então,
Me ameace... me lace...
Não se sinta imune...
Não me deixe impune...
porque a cada manhã
que brota,
eu me desfaleço do que fui
e renasço na dúvida
inquietante e muda,
do que desconheço
em mim.
Outra vez,
não me domino.
Outra vez...
Parece incrível,
não sou tangível
nem mensurável
E morro a cada vez
que percebo
que já não caibo em mim.
Anderson Julio Lobone
Enviado por Anderson Julio Lobone em 21/03/2008